Perito veterinário pode ganhar mais de R$ 10 mil - 2024

Trajetória profissional na área demanda aprimoramento, dedicação e especializações.

Os peritos veterinários desempenham um papel importante na relação entre a saúde animal e as exigências legais. Ao embarcar na missão de zelo pelo bem-estar dos animais, os profissionais conquistam uma remuneração que pode ultrapassar a marca dos R$ 10 mil por mês, conforme informações dos órgãos que representam a categoria.

Para seguir a trajetória profissional é preciso foco nos estudos, pois a carreira exige aprimoramento e dedicação. O auxílio de um bom cursinho pré-vestibular é o primeiro passo para o aspirante a perito veterinário iniciar sua formação. Estudar será uma constante: para conseguir a aprovação num vestibular concorrido, durante a graduação e, posteriormente, na realização de especializações.

Com a nota final do Enem em mãos, o estudante pode ingressar na universidade. A faculdade de Medicina Veterinária conta com aulas teóricas e aplicações práticas, que vão desde o atendimento à saúde animal, passando pela participação em fiscalizações de produtos de origem animal e pelo desenvolvimento de pesquisas, até a realização de perícias.

Para quem quer seguir carreira como médico veterinário com especialização em perícia, é preciso investir em educação continuada. De acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), o profissional perito é capacitado para avaliar rebanhos, identificar as diferentes espécies, desempenhar um papel importante no diagnóstico de crueldade, abuso e maus-tratos contra os animais e, também, atuar na saúde pública.

Perito judicial x perito criminal: entenda a diferença

O perito veterinário é o profissional da medicina veterinária que tem conhecimentos técnicos e científicos para ajudar na elaboração de laudos, pareceres e informações em relação aos animais, tanto durante os procedimentos judiciais, quanto extrajudiciais, como informa o CFMV.

A especialização em perícia veterinária tem dois campos principais de atuação: a perícia criminal e a perícia judicial – ou civil. A diferença entre elas é que, no primeiro caso, o profissional precisa passar em um concurso público, por se tratar de uma carreira de estado. Já o segundo pode atuar como autônomo.

Carreira judicial

Como o perito médico-veterinário que atua na carreira judicial é um profissional autônomo, as demandas ocorrem de acordo com os cadastros em tribunais da justiça.

O profissional atua na área civil e pode se envolver em outras atividades, como casos administrativos, processos trabalhistas e éticos, que contam com a participação de médicos-veterinários.

Capacitado para trabalhar nas áreas de proteção animal, o especialista pode ter foco em questões ligadas a alimentos, meio-ambiente e clínicas ou investigar maus-tratos e erros médicos. Investigar erros e emitir laudos que evidenciem tais problemas estão entre suas atribuições.

Quando acontece algum caso e a justiça é acionada, o juiz nomeia um perito judicial. A partir daí, quando ocorre de um animal vir a óbito, são feitas análises, inspeções e exames em documentos. Também pode ser realizada a perícia no animal vivo.

Segundo informações do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP), todo médico veterinário pode atuar como perito judicial. Para isso, é necessário fazer um curso de capacitação na área.

Em relação à remuneração, segundo a presidente da Comissão Técnica de Medicina Veterinária Legal do CRMV-SP, Tália Missen Tremori, o perito judicial não tem salário e recebe honorários, conforme as demandas de trabalhos e de perícias.

Os valores podem variar de acordo com a complexidade do trabalho e a experiência do profissional. A tabela da Associação Brasileira de Medicina Veterinária Legal sugere o valor de R$ 390 por hora, sendo o mínimo de R$ 4 mil por perícia.

Carreira criminal

Já o perito criminal, depois de ser aprovado no concurso, deve fazer uma formação específica para trabalhar vinculado a algum Instituto de Criminalística. Assim, realiza exames técnico-científicos relacionados aos casos de delitos ou de suspeitas de crimes.

De acordo com explicações da perita criminal da Polícia Civil de Minas Gerais, Flávia Armani de Vasconcellos, em entrevista à imprensa, todas as vezes que houver a necessidade do conhecimento técnico de medicina veterinária diante da suspeita de um crime, a perícia deve ser feita para materializar o vestígio de comprovação daquela infração penal de modo objetivo.

Dessa forma, o profissional pode atuar nas perícias de abuso, crueldade ou maus-tratos de animais, além de identificar erros médicos cometidos por veterinários, desastres e crimes ambientais, problemas em alimentos de origem animal e defesa do consumidor.

Diferentemente do perito civil, o profissional que atua na esfera criminal não pode ser contratado de maneira particular. Em caso de agressão a um pet, por exemplo, o tutor do animal deve procurar uma delegacia e registrar o crime. Com isso, o estado fica encarregado de nomear um especialista para proceder com as investigações.

Vasconcelos conta que observou o crescimento nas demandas por perícias médico-veterinárias, devido à lei nº 14.064/2020, popularmente conhecida como Lei Sansão, que aumentou a pena para casos de maus-tratos contra cachorros e gatos.

Segundo ela, para adquirir ou incrementar recursos humanos nesse campo, os órgãos oficiais de perícia têm se mobilizado com propostas de realização de mais vagas específicas para os profissionais em concursos públicos.

A presidente da Comissão Técnica de Medicina Veterinária Legal do CRMV-SP, Tália Missen Tremori, informa que o salário do perito criminal varia de estado para estado. Em São Paulo, a remuneração inicial é de, aproximadamente, R$ 13 mil.